ARTIGOS:
06 - A Experiência do Senex. Envelhecimento e Individuação - PDF
Carlos Alberto de Oliveira Araujo
Ao adentrar nas complexidades envolvidas no processo de envelhecimento, é necessário estabelecer alguns parâmetros para guiar nossos entendimentos e apreendê-las em suas formas integrativas. Este artigo propõe a discuti-las estabelecendo as conexões que envolvem vários níveis de evolução. O envelhecimento, enquanto uma duração limite para uma jornada que chamamos “vida”; um corpo, que dá contornos para o desenvolvimento da personalidade; uma alma (psique), na sua busca incessante de um sentido único de existência humana, e, a relatividade da dimensão tempo/espaço de um mundo psicológico que é conduzida, arquetipicamente, entre as polaridades de uma função arquetípica que foi denominada “Arquétipo Puer-Senex”. Nesse sentido, as provocações pelas quais o indivíduo se vê constantemente envolvido, independente de quaisquer causalidades envolvidas, vão estabelecendo as condições psicológicas para a consciência perceber o processo de individuação que se apresenta. A relatividade do tempo-espaço psíquico, e as peculiaridades sincronísticas que envolvem a psique em meio às fantasias arquetípicas, se moldam em imagens psíquicas que atravessam tanto a fisiologia corporal, como as identidades pelas quais o processo de individuação, com o envelhecimento, vai estabelecendo relações criativas para o desenvolvimento humano.
Palavras chaves: Arquétipo Puer-Senex, Envelhecimento, Corpo, Individuação.
22 - A Grande Mãe Indígena: o Arquétipo Materno e suas Imagens Simbólicas em Mitologias de Povos Originários Brasileiros - PDF
Isadora Elias Luzio
Marisa V. Catta-Preta
Esse artigo parte de uma pesquisa que tem seu desenvolvimento realizado a partir de reflexões acerca do diálogo entre a psicologia e os povos originários e a importância da psicologia no envolvimento com esses povos e suas lutas. Levando em consideração o contexto atual e histórico desses povos em nosso país, esse estudo tem como objetivo, por meio da psicologia analítica, investigar as expressões arquetípicas maternas no âmago da cultura brasileira a partir da análise de mitologias indígenas brasileiras. O método tem como base a pesquisa bibliográfica, partindo da consulta, investigação e análise de textos para a conceituação psicológica e para compreensão da simbologia materna. A pesquisa, então, identificou e caracterizou expressões imagéticas do arquétipo materno na cultura de povos originários em registros mitológicos dessas populações tradicionais.
Palavras-chave: Psicologia Analítica, Maternidade, Povos Originários, Mitologia Indígena, Arquétipo Materno, Símbolos, Narrativas Indígenas, Brasilidade, Mãe.
46 - A Música como Instrumento Terapêutico na Promoção de Saúde Mental sob a Perspectiva da Psicologia Analítica - PDF
Francisco Roxo Barja Galante
Marisa V. Catta-Preta
A utilização das expressões artísticas como promotoras de saúde física e mental, é um aspecto visto em diversas ocasiões ao longo da história. Por todo o globo existem evidências do uso de pinturas, música e outras atividades artísticas com um impacto positivo nos indivíduos e no tratamento de suas enfermidades. Nessa perspectiva, mesmo tendo grande potencial para assumir um papel protagonista, o uso da musicoterapia como promotora de saúde ainda se tem como coadjuvante dentre os outros tipos de arte, especialmente quando se trata do setting analítico. A música e seus elementos, podem ser recursos mobilizadores de emoções, podem ser um canal para entrar em contato com informações inconscientes do paciente e até uma forma de indução para um estado de relaxamento e abertura, portanto deve ter sua utilização como modalidade terapêutica estudada e aprofundada para promoção de um método alternativo dentro e fora do consultório. O artigo retrata essa pesquisa que foi conduzida por meio de uma revisão da bibliografia junguiana, de pós-junguianos e pesquisadores da musicoterapia e de artigos que dialogam com a temática falando sobre a relação de música com a promoção de saúde mental.
Palavras chaves: Música, Saúde Mental, Psicologia Analítica, Musicoterapia.
62 - Corpse Paint: quando a Sombra atua e a Pele Sangra - PDF
Renata Canal
Silvana Parisi
O objetivo deste artigo é apresentar o caso de uma paciente adolescente, diagnosticada com transtorno de personalidade borderline, que iniciou os atendimentos utilizando uma maquiagem denominada corpse paint como forma de enfretamento das situações de abandono e negligência biparental e que diante de crises de ansiedade e fobia social, se automutila. Através de recursos plásticos, técnicas expressivas e análise de sonhos, pretende-se apresentar o desenvolvimento dos atendimentos. O método utilizado foi a revisão bibliográfica de obras de autores junguianos que estudaram acerca dos temas transferência, contratransferência, arquétipo e complexo maternos, a fim de embasarem a discussão proposta.
Palavras-chave: Psicologia Analítica, Borderline, Estudo de caso, Corpse paint, Adolescência.
76 - Fogo: Simbolismo, Sacralidade e sua Potência na Transformação da Consciência - PDF
Clarissa de Franco
Rafael Rodrigues de Souza
Javier de Bittencourt Peiro Llopart
O texto aborda o simbolismo do fogo, por meio de referências de dicionários de símbolos, de análises de representantes da Psicologia Analítica, como Carl Gustav Jung, Edward Edinger, também de autores que refletem sobre o campo simbólico, como Gaston Bachelard, e a partir da perspectiva dos estudos junguianos alquímicos sobre a fase calcinatio. Tais significados ligados aos aspectos simbólicos e arquetípicos do fogo são observados em propostas de rituais sagrados xamânicos e terapêuticos e são articulados nesse texto sob diversas perspectivas simbólicas do fogo, cujo objetivo é apresentar a potência sagrada de transformação da consciência presente em seu simbolismo.
Palavras-chave: Fogo, Alquimia, Calcinatio, Rituais.
92 - Inveja e Individuação - PDF
Rubem Mandelbaum Pugliesi
Flavia Arantes Hime
Este estudo procura compreender a inveja a partir do referencial teórico proporcionado pela psicologia analítica. Primeiramente, definimos o que entendemos por inveja de uma forma precisa. Esclarecemos que muitas vezes a inveja é confundida com outras emoções e explicitamos as suas diferenças. Na sequência, brevemente, apresentamos a concepção kleiniana de inveja e os seus desdobramentos na psicologia analítica. Deixamos bem claro que nossa posição não pretende refutar a visão de Melanie Klein, apenas procuramos compreender a inveja a partir de um ponto de vista construtivo-final. Por fim, a partir da interpretação do livro ‘A Separate Peace’ de John Knowles (1959/2003), expomos uma possível forma de abordar a inveja, entendendo-a como portadora de novas possibilidades de crescimento e de desenvolvimento psíquico.
Palavras-chave: Inveja, Individuação, Psicologia Analítica.
João Bezinelli
A palestra procura mostrar a existência de um complexo cultural narcisista observado nos "sites" de relacionamentos que nos afasta do contato com um centro orientador denominado por Jung de "Self".
Palavras-chave: Narcisismo, Ego, Self.
Kalmy Fernan da Silva Vieira
O artigo explora a traição conjugal sob a ótica do traidor e do traído, abordando suas motivações e consequências. A presente pesquisa objetiva analisar o fenômeno da traição com um possível elemento destrutivo quanto como oportunidade para a reconstrução do relacionamento, dependendo da reflexão e do perdão mútuo. Conceitos da psicologia analítica como a Vontade de Poder, Eros e Complexo de Inferioridade, são utilizados para entender as dinâmicas psicológicas envolvidas, tanto no traidor quanto no traído. A traição pode refletir uma luta interna entre a necessidade de controle e a busca por aceitação, além de ressaltar sua função arquetípica e transformadora nas relações humanas.
Palavras-chave: Traição; Vontade de Poder; Eros; Complexo de Inferioridade.